segunda-feira, 6 de abril de 2009

Depressão: um mal de nosso tempo?

Muito tem se discutido nos últimos anos sobre uma modalidade de sofrimento bastante comum em nossos dias: a depressão. Embora alguns se questionem acerca de que se esta doença se caracteriza de adjetivos do tipo “frescura”, “fraqueza”, “moleza”, “preguiça” e uma infinidade mais de (des)qualificações, a depressão pode ser algo muito sério, dependendo da historia de vida de quem a sofre. Em algumas situações extremas pode haver risco de vida inclusive.
Inicialmente, é necessário fazer uma distinção do que vem a ser uma tristeza e do que é de fato uma depressão. Isso se torna necessário porque atualmente muitas pessoas têm a tendência a pensar que sentir tristeza vem a ser algo que não deveria fazer parte da vida. Frases do tipo “a vida é uma festa” parecem ser uma constante, imagina-se num eterno programa da Xuxa onde a tristeza jamais existiu. Esta e uma expectativa irreal diante da vida. Impossível viver sem ter alguma perda, por vezes bem importante, se decepcionar com alguém, se frustrar alguma vez no trabalho ou nos estudos. Vivemos em uma época em que estar alegre e feliz, como tanto insistem as propagandas, parece ser nossa única sentença. No entanto, a vida é imperfeita e haverá momentos em que a tristeza será nossa companheira. A dor, o sofrimento e a tristeza fazem parte daquilo que nos faz humanos. A tristeza, porém, tem uma outra face, aquela que nos faz pensar na vida, nos sentir vivos, bem vivos com vontade de continuar a viver e a conhecer e realizar coisas novas.
Por outro lado, a depressão vem a ser a intensificação da tristeza, uma tristeza exagerada, sobre a qual pode ser difícil ter um controle. Diversos podem ser os sinais de que a depressão pode estar ocupando um espaço significativo na vida de uma pessoa: se irritar com freqüência sem um motivo relevante, se sentir cansado, indisposto, desanimado para fazer as coisas que fazia antes, dificuldades para dormir ou acordar, ou ainda realizar muitas tarefas como uma fuga de seus sentimentos, agitação motora e por aí vai... Todos estes sinais tem como pano de fundo um sentimento de desesperança na vida, um sentimento de que a vida perdeu o colorido, sabor, cheiro, as pessoas não são mais as mesmas... Cuidado! Nessa descida pode se perder muitas outras coisas de valor na vida: estagnar profissionalmente, ressentindo e resignando-se, não desejar mais tanto estar próximo de pessoas (isolamento social), idéias de ruína pessoal e inclusive idéias de se suicidar (em situação extrema).
O tratamento da depressão pode ser através de medicamentos por meio de um psiquiatra ou médico ou através da psicoterapia. Na verdade é bastante aceita a idéia de que ambos são importantes para um tratamento conjunto e eficaz. Falar sobre seu sofrimento diante de alguém com uma escuta qualificada, que instiga a pensar outras formas de ser é um caminho importante para vencer esse sofrimento e poder ter uma vida mais realizada e completa, nos deixando mais dispostos a aventura de viver.

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