terça-feira, 12 de maio de 2009
O tempo adoeceu?
Na semana passada escrevi sobre o hábito de se alimentar com a família ou com as pessoas que gostamos. Esse costume, um pouco perdido e talvez empoeirado pela correria do dia-a-dia contitui-se de um momento importante em que recebemos muitas informações sobre a vida do outro e podemos estabelecer trocas afetivas. E quando esses e outros encontros não são possíveis de acontecer? Quando o ritmo de estudos é intenso, quando o trabalho exige dedicação extra, quando há sempre alguma notícia interessante no jornal, quando há novo lançamento de filme ou livro, a internet sempre tem algo curioso a nos mostrar, da televisão nem se fala… e o celular toca? Vive-se essa dança frenética ou talvez essa montanha russa louca pela qual a gente passa a mil sem ver a beleza de um momento efêmero.
Uma das questões que muitas pessoas sofrem no seu dia-a-dia é esse viver sempre correndo atrás da máquina, esse viver sem tempo, um verdadeiro tempo adoecido. Aliás, a forma mais usual de se justificar uma falha ou falta é afirmar “não tive tempo”! Às vezes essa justificativa é verdadeira, mas ela pode estar falando de outra coisa quando a mesma for utilizada de forma seguida e recorrente.
Sempre me lembro de uma história que uma professora minha de faculdade contava para explicar o que fazia as pessoas sentirem-se sem tempo. Era uma situação pessoal de uma tia dela aposentada, cujas atividades do dia consistiam em manter a casa em ordem somente. Claro que isso é uma atividade importante e necessária. Ela junto com uma vizinha também aposentada tinham como hábito tomarem o café da tarde, costume cultivado em muitas famílias ainda. Mas com o passar do tempo elas passaram a não ter mais tempo para seu lanche vespertino. Por estranho que isso nos parece, elas se sentiam sem tempo. O que elas acabavam fazendo efetivamente era encontrando outras atividades que ocupavam seu tempo, embora se “queixassem” da falta de tempo. Pode ser estranho, mas é bem comum em nosso meio, as suas diferentes formas de sentir-se sem tempo. Não se trata aqui de julgar a ação dessas senhoras, evidentemente. É apenas uma forma de ilustrar como isso pode acontecer no dia-a-dia.
Mas há uma pergunta que não cala: a correria do dia-a-dia faz sentido? Pensar a esse respeito pode ser bastante útil para melhorar a qualidade de vida e encontrar outras saídas mais felizes. Afinal de contas o tempo deveria estar ao nosso favor e não o contrario. Ao menos esse vem a ser um desafio a ser alcançado. A propósito, o que você tem feito com seu tempo?
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